A POTÊNCIA DA ANÁLISE FÍLMICA NO CONTEXTO EDUCACIONAL: A EXPERIÊNCIA COM O FILME ZERO (2010

Resumo

A discussão sobre a dinâmica social que se instaurou na atualidade com ênfase na visibilidade em detrimento da palavra, demanda também outras perspectivas formativas e educacionais. Diante disso,  educar o olhar, apreciar e analisar as imagens, em especial, oriundas da linguagem audiovisual, torna-se fundamental. Este artigo indaga: como analisar as imagens em movimento? Como os dispositivos estéticos favorecem a formação do espectador? Como o cinema pode contribuir nesse processo formativo? A partir do convite literário de Eduardo Galeano, sugerimos a análise fílmica de curtas-metragens como uma via metodológica potente de sensibilização, atenção, criação, elaboração, produção coletiva e conhecimento. Galeano (2002); Bouilloud (2013); Aubert e Haroche (2013); Fresquet (2020), Vanoye e Goliot-Lété (1994); Elsaesser; Hagener  (2019); Adorno e Horkheimer (1985) são alguns dos autores que sustentaram o debate. O curta metragem Zero (2010) dirigido por Christopher Kezelos, tornou-se aqui um guia para a realização de uma análise fílmica formativa devido à fertilidade e diversidade temática da animação. Consideramos finalmente que compreender a relação cinema e educação, mais especificamente, a construção fílmica, os bastidores da produção cinematográfica, seus dispositivos estéticos, suas abordagens temáticas e seus eixos de interpretação, constituem a essência da análise fílmica como uma possibilidade de formação estética sensível e crítica no contexto educacional.