O CERCEAMENTO DO “DIREITO” À MOVÊNCIA: O SILENCIAMENTO DAS BIOGRAFIAS DE MOVIMENTO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Resumo

O presente estudo se assenta em pelo menos dois objetivos centrais, quais sejam, por um lado, justificar o significado da movência e da Educação Física como componentes dos direitos humanos e, por outro, apontar em que medida a liberdade e o acesso à movência tem sido cerceado dentro das instituições escolares na contemporaneidade. O empreendimento em questão se caracteriza como um estudo do tipo histórico-bibliográfico de natureza qualitativa. Após a digressão realizada, chegamos ao entendimento de que as atividades de movência tiveram e continuam tendo fundamental importância na vida das pessoas. Diante desse quadro, ao longo da história, a Educação Física se justificou como ciência e área pedagógica a racionalizar e a administrar o trabalho com a movência. Em que pese, no entanto, a história tenha apontado a proeminência da Educação Física e da movência na vida das crianças e adolescentes, algumas medidas e decisões em solo brasileiro têm aviltado o direito dos indivíduos ao acesso às atividades da cultura de movimento, principalmente em âmbito escolar. Dentre os aspectos que têm convergido para a depreciação ao direito à movência, constata-se o achatamento da Educação Física escolar, falta de espaços e insumos para a prática, omissão do poder público frente às necessidades dos escolares, documentos normativos e leis não convergentes com a realidade posta. Através da discussão encaminhada neste manuscrito, depreende-se que a privação do direito à movência e à Educação Física nas escolas brasileiras representa um retrocesso para a formação biopsicossocial dos infantes e dos jovens.