JENGA DOS ALCANOS: UMA ADAPTAÇÃO PEDAGÓGICA E LÚDICA PARA ENSINAR QUÍMICA PARA ALUNOS SURDOS
DOI:
https://doi.org/10.5747/ch.2023.v20.h545Palavras-chave:
Apropriação; Atenção; Memorização; Pensamento.Resumo
Vários são os conteúdos de caráter complexo no que tange ao ensino de Química. Ensinar tais conteúdos à alunos surdos, exige ressignificação, ademais para a Teoria Histórico-Cultural, a apropriação desses conceitos, exige o desenvolvimento da atenção voluntária, percepção, memória e pensamento, sendo assim: É possível considerar que os jogos adaptados sejam instrumentos mediadores para a apropriação e generalização dos conceitos de Química por alunos surdos? A elaboração e aplicação do Jogo Jenga, resultou dos estudos desenvolvidos nas disciplinas de “Instrumentação para o ensino de Química II” e “Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) II” da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). A pesquisa-ação ocorreu numa escola de Educação Bilíngue para surdos, situada no oeste do Paraná, em uma turma de Ensino Médio, cuja amostra, 12 alunos surdos maiores de 18 anos. Os resultados obtidos com a análise qualitativa revelaram que: i) somente após a segunda rodada do jogo, ocorreu estímulos que induziram a atenção voluntária dos alunos; ii) o jogo proposto conduziu-os a percepção, pois na formação das estruturas, reconhecer as peças corretas a serem retiradas, era determinante; iii) o jogo promoveu a memorização, exigindo dos alunos, a formação das estruturas com o número correto de ligações para cada composto; iv) tanto a presença do Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais (TILS), quanto o domínio da língua de sinais, apresentaram-se indispensáveis ao acesso e apropriação dos conceitos científicos. Quanto a generalização dos conceitos, este estudo demandaria mais tempo e condições de exaurir o conteúdo proposto.
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