PRÁTICAS PEDAGÓGICAS, MEMÓRIA E ANCESTRALIDADE ÉTNICO-RACIAL NO TERRITÓRIO: EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS NO SÍTIO LEITE, JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ

Resumo

Este trabalho se objetiva a discutir como determinadas práticas pedagógicas em contextos não formais podem promover a preservação da memória e ancestralidade da comunidade negro/ indígena do território do Sítio Leite, na Serra do Catolé, Juazeiro do Norte-CE. Trata-se de um trabalho com abordagem qualitativa que envolveu uma pesquisa de campo com entrevistas semiestruturadas com os (as) moradores (as) da comunidade e ações interventivas com a exibição de curta metragens e, posteriormente, sessões de rodas de conversa. Os resultados obtidos por meio dos encontros com a comunidade apontaram para uma maior conscientização dos seus direitos como negros e indígenas, além disso, as discussões possibilitaram maior conhecimento da sua história, bem como, a valorização da memória e ancestralidade negra e indígena evidenciada a partir do compartilhamento de histórias e percepções sobre a identidade cultural coletiva da comunidade. Conclui-se que as práticas pedagógicas utilizadas nos espaços não formais podem contribuir de maneira mais efetiva para uma educação em direitos humanos com ênfase nas relações étnico-raciais, com implicações positivas no fortalecimento da identidade étnica no território. Educar para Direitos Humanos é uma tarefa essencial para a valorização da memória e ancestralidade de diversas comunidades negras e indígenas que, por muito tempo, foram marginalizadas. A comunidade Sítio Leite tem enfrentado este tipo de marginalização social e falta de acesso aos direitos essenciais. Nesse contexto, as práticas pedagógicas contribuíram no fortalecimento político da comunidade e no entendimento enquanto sujeitos de conhecimento e de direitos.