SENSIBILIZANDO PROFESSORAS DE CRECHE: A ESCUTA DE BEBÊS NO CONTEXTO DA PANDEMIA

Autores

  • Ligia de Carvalho Abões Vercelli Universidade Nove de Julho
  • Adriana da Costa Santos Prefeitura de São Bernardo do Campo

DOI:

https://doi.org/10.5747/ch.2023.v20.h538

Palavras-chave:

Creche; Escuta; Sensibilização; Professores.

Resumo

Apresentamos, no presente artigo, um recorte de nossa pesquisa de Mestrado Profissional defendida no mês de setembro do ano de 2022. Orientou-se pela seguinte pergunta: Como sensibilizar as educadoras, em momentos de formação, para que elas avancem na escuta dos bebês? O objetivo geral foi verificar como ocorreu a sensibilização, por parte das professoras, para a escuta de bebês numa creche no contexto da pandemia. O universo da pesquisa foi uma Escola Municipal de Educação Básica localizada no município de São Bernardo do Campo/SP, que atende exclusivamente a etapa creche. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa e como instrumentos de produção de dados recorremos às narrativas de vida de duas professoras e da auxiliar em educação de uma turma de Berçário, bem como três propostas acordadas em conjunto para sensibilização na escuta dos bebês, além da análise dos registros docentes por meio dos diários de bordo, livro da vida e relatórios individuais, no que se refere à escuta nas diferentes fases de atendimento escolar durante o período pandêmico. Todo material produzido foi analisado à luz da análise de conteúdo de Laurence Bardin. O referencial teórico pautou-se em autores da Pedagogia Crítica. Os resultados apontam que, para as professoras efetivamente escutarem os bebês, necessitam de sensibilização e formação permanente em serviço, de forma a alicerçarem seus posicionamentos na defesa dos princípios presentes nas pedagogias participativas, com conhecimentos teóricos sobre a importância da escuta, bem como parcerias reflexivas que também se relacionam com os bebês dentro e fora da instituição.

 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Adriana da Costa Santos, Prefeitura de São Bernardo do Campo

    Mestra pelo Programa de Mestrado Profissional em Gestão e Práticas Educacionais, da Universidade Nove de Julho (Progepe/Uninove). Graduada em Pedagogia, com especialização em Educação Infantil, Didática e Supervisão Escolar. Atua como coordenadora pedagógica em uma creche na Rede Municipal de São Bernardo do Campo.

Referências

BARBOSA, M. C. S.; RICHTER, S. R. S. Os bebês interrogam o currículo: as múltiplas linguagens na creche. Revista Educação, Santa Maria, v. 35, n. 1, p. 85-96, jan./abr. 2010. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1605/900. Acesso em: 9 set. 2021.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BARROS, M. Memórias inventadas: as infâncias de Manoel de Barros. São Paulo: Planeta do Brasil, 2008.

CORALINA, C. As cocadas. São Paulo: Global, 2007.

ESLAVA, J. J.; ESLAVA, C. O gesto criativo e suas marcas originais. In: AGUILERA, Maria Isabel et al. Ritmos infantis: tecidos de uma paisagem interior. São Carlos: Pedro & João, 2020. p. 113-118.

FOX, M. Guilherme Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Brinque-book, 1995.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FRIEDMANN, A. A arte de adentrar labirintos infantis. In: FRIEDMANN, A.; ROMEU, G. (org.). Quem está na escuta? Diálogos, reflexões e trocas de especialistas que dão vez e voz às crianças. São Paulo: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Simbolismo, Infância e Desenvolvimento, 2016. p. 17-25. Disponível em: https://openaccess.blucher.com.br/article-list/9788580393514-406/list#undefined. Acesso em: 16 jan. 2022.

FRIEDMANN, A. A vez e a voz das crianças: escutas antropológicas e poéticas das infâncias. São Paulo: Panda Books, 2020.

GARCIA, A. C. Bebês e suas professoras no berçário: estudo de interações à luz de pedagogias participativas. 2018. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

JOSSO, M. C. As figuras de ligação nos relatos de formação: ligações formadoras, deformadoras e transformadoras. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 32, p. 373-383, maio/ago. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/s6NdjwQC6LGVHJWXNb9753R/?lang=pt. Acesso em: 16 jan. 2022.

LEITE, M. I.; OSTETTO, L. E. Formação de professores: o convite da arte. In: LEITE, M. I.; OSTETTO, L. E. Arte, infância e formação de professores: autoria e transgressão. Campinas: Papirus, 2004. p. 11-24.

LÜDKE, M; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. Rio de Janeiro: EPU, 2020.

MCBRATNEY, S. Adivinha quanto eu te amo. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

MELLO, S. A. A escuta como método nas relações na Escola da Infância. In: COSTA, S. A. MELLO, S. A. (org.). Teoria histórico-cultural na educação infantil: conversando com professoras e professores. Curitiba: CRV, 2017. p. 87-96.

OLIVEIRA-FORMOSINHO, J. Pedagogia(s) da Infância: reconstruindo uma práxis de participação. In: OLIVEIRA-FORMOSINHO, J. et al. Pedagogia(s) da infância: dialogando com o passado, construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 13-36.

OLIVEIRA-FORMOSINHO, J. A documentação pedagógica: revelando a aprendizagem solidária. In: OLIVEIRA-FORMOSINHO, J; PASCAL, C. Documentação pedagógica e a avaliação na Educação Infantil. Porto Alegre: Penso, 2019. p. 111-136.

RINALDI, C. A pedagogia da escuta: a perspectiva da escuta em Reggio Emilia. In: EDWARDS, C. et al. (org.). As cem linguagens da criança: a experiência de Reggio Emilia em transformação. Porto Alegre: Penso, 2016. p. 236-247.

RINALDI, C. Diálogos com Reggio Emilia: escutar, investigar e aprender. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.

ROGGERO, R. Apresentação. In: ROGGERO, R. (org.). Caixa de pandora: práticas sociais de gestão educacional e de gestão escolar em tempos de pandemia. São Paulo: BT Acadêmica, 2021. p. 10-14. E-book.

SANCHES, E. et al. A educação na pandemia: as relações escola e família permeadas pela tecnologia. Revista Interdisciplinar em Educação e Territorialidade (RIET), Dourados, v. 2, n. 2, p. 129-147, jan./jun. 2021.

SANTOS, A. et al. A gestão e a comunicação com as famílias em tempos de pandemia. In: ROGGERO, R. (org.). Caixa de pandora: práticas sociais de gestão educacional e de gestão escolar em tempos de pandemia. São Paulo: BT Acadêmica, 2021. p. 85-100. E-book

SÃO BERNARDO DO CAMPO. Prefeitura Municipal. Decreto Municipal nº 21.111, de 16 de março de 2020. Decreta Estado de Emergência, pelo prazo máximo de até 180 dias, e adota as medidas iniciais para o fim de conter o avanço da pandemia de COVID-19 no âmbito da Administração Municipal e no Município de São Bernardo do Campo e dá outras providências. São Bernardo do Campo, 2020a. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a/sp/s/sao-bernardo-do-campo/decreto/2020/2111/21111/decreto-n-21111-2020-decreta-estado-de-emergencia-pelo-prazo-maximo-de-ate-180-dias-e-adota-as-medidas-iniciais-para-o-fim-de-conter-o-avanco-da-pandemia-de-covid-19-no-mbito-da-administracao-municipal-e-no-municipio-de-sao-bernardo-do-campo-e-da-outras-providencias. Acesso em: 16 jan. 2022.

SÃO BERNARDO DO CAMPO. Prefeitura Municipal. Decreto Municipal nº 21.116, de 24 de março de 2020. Reconhece o Estado de Calamidade Pública, decorrente da pandemia do COVID-19, que atinge o Município de São Bernardo do Campo, e dá outras providências. São Bernardo do Campo, 2020b. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a1/sp/s/sao-bernardo-do-campo/decreto/2020/2111/21116/decreto-n-21116-2020-reconhece-o-estado-de-calamidade-publica-decorrente-da-pandemia-do-covid-19-que-atinge-o-municipio-de-sao-bernardo-do-campo-e-da-outras-providencias. Acesso em: 16 jan. 2022.

TARDIF, M.; RAYMOND, D. Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério. Educação & Sociedade, São Paulo, ano XXI, n. 73, p. 209-244, dez. 2000.

TOQUETÃO, S. C.; LIBERALI, Fernanda C. Exploração dos sentidos: revelações de uma escola de educação infantil no contexto de pandemia. In: SANCHES, E. M. et al. (org.). Retratos da educação da Infância em tempos de pandemia. Campinas: Pontes Editores, 2021. p. 23-42.

VERCELLI, L. C. A. “Você é o calo do meu pé”: a escuta de uma criança por meio da brincadeira de faz de conta. In: VERCELLI, L.; RUSSO, A. (org.). Limites e possibilidades de escuta na Educação Infantil. Jundiaí: Paco, 2021. p. 25-41.

Downloads

Publicado

2023-01-12

Como Citar

SENSIBILIZANDO PROFESSORAS DE CRECHE: A ESCUTA DE BEBÊS NO CONTEXTO DA PANDEMIA . (2023). Colloquium Humanarum. ISSN: 1809-8207, 20(1), 1-26. https://doi.org/10.5747/ch.2023.v20.h538

Artigos Semelhantes

1-10 de 222

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.