AS MARCAS DE CORREÇÃO TEXTUAL: ANÁLISE DE PRODUÇÕES TEXTUAIS CORRIGIDAS POR PROFESSORES DE QUINTOS ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Palavras-chave:
Produção textual, Marcas de correção, Correção e avaliação de textosResumo
O presente artigo é um recorte de uma pesquisa maior amparada pela FAPESP, que investigou os limites e as potencialidades das marcas de correção textual deixadas por professores em produções textuais de quartos e quintos anos do Ensino Fundamental. Para este artigo, estabelecemos um recorte da pesquisa maior, contemplando somente a análise de dados referentes às marcas de correção em textos produzidos por alunos do quinto ano do Ensino Fundamental. Dessa forma, objetivamos verificar as marcas de correção docente nos textos de estudantes do quinto ano, descrever e analisar os tipos de correção textual identificado no corpus à luz dos estudos de Serafini (1995) e Ruiz (2020) e refletir sobre as potenciais contribuições para revisão de texto que extrapolem a dimensão ortográfico-gramatical. Esta investigação caracterizou-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa (GODOY, 1995), com enfoque descritivo-analítico (MARTINS, 2008) dos aspectos relacionados à correção e avaliação de vinte produções escritas advindas do banco de redações do Grupo de Pesquisa FPPEEBS. Isto posto, os resultados apontam que a depender do tipo de correção que o professor toma como ferramenta para marcar o texto do aluno, pode, por meio de uma interação dialógica, do professor-leitor e do aluno-autor, guiá-lo a uma próxima etapa no processo de produção textual, que é da reescrita, estimulando a autonomia e ação ativa do aluno; por outro lado, pode suprimir o caráter interativo do texto tomando a correção como um monólogo, uma prática higienizadora, de “caçar erros”, e assim restringir a ação do estudante.
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