CONTROLE BIOLÓGICO DE Meloidogyne incognita POR ISOLADOS DE ACTINOMICETOS

Autores

  • Dérica Gonçalves Tavares Universidade Federal de Lavras/UFLA
  • Jônatas Barros Santos Universidade de Brasília
  • Alberto Nascimento Silva Universidade de Brasília/UNB
  • Heliab Bonfim Nunes Universidade de Brasília/UNB
  • João Luiz Coimbra Universidade do Estado da Bahia/UNEB

Palavras-chave:

Controle biológico, Gossypium hirsutum, nematoide das galhas

Resumo

O bioma Cerrado possui grande biodiversidade e também comporta parte da produção agrícola do país sendo utilizado para o cultivo de grandes culturas. A cotonicultura brasileira vem sendo cultivada em alto grau de tecnificação, sendo os principais estados produtores são o Mato Grosso e a Bahia. O nematoide das galhas Meloidogyne incognita pode causar perdas significativas na cultura do algodoeiro, assim como o fungo Sclerotinia sclerotiorum que provoca danos a diversas culturas de importância econômica. Dentre os microrganismos com potencial para controle de fitopatógenos, os actinomicetos são conhecidos pela capacidade de produzir compostos com ação antimicrobiana. Objetivou-se com o presente trabalho isolar e avaliar o potencial antagônico de actinomicetos de solos de área nativa do Cerrado Baiano contra M. incognita e S. sclerotiorum. Foram obtidos 18 isolados de actinomicetos e dentre os isolados testados, AC. O, apresentou o maior percentual de imobilidade com 99,16% e AC. R, mostrou o maior percentual de mortalidade com 72,16% dos J2 de M. incognita. Quando os isolados foram inoculados diretamente na cultura do algodão dois dias antes da inoculação com os nematoides, não foi observado in vivo um controle eficiente de M. incognita no algodoeiro. Entretanto, utilizando o sistema de rotação de cultura com a soja inoculada com os isolados de actinomicetos e sendo cultivada anteriormente a cultura do algodão, foi verificado que o isolado AC. G, mostrou redução significativa no número de galhas e ovos no sistema radicular do algodoeiro. Com relação ao antagonismo das actinobactérias frente a S. sclerotiorum, pelo pareamento de culturas, o isolado AC. M, inibiu 81,99% do crescimento micelial desse fitopatógeno. Os resultados do presente trabalho mostram o potencial de controle dos fitopatógenos testados pelos actinomicetos, visto que grande parte da produção de algodão é encontrada em áreas de Cerrado e esses microrganismos foram isolados desse bioma.

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Biografia do Autor

  • Dérica Gonçalves Tavares, Universidade Federal de Lavras/UFLA

    Departamento de Biologia, Lavras, MG, Brasil.

    Doutoranda em Microbiologia Agrícola na Universidade Federal de Lavras - UFLA/MG. 

    Mestrado em Microbiologia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras - UFLA/MG 

    Graduação em Engenharia Agronômica. Universidade do Estado da Bahia - UNEB/BA.

  • Alberto Nascimento Silva, Universidade de Brasília/UNB

    Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária

    Programa de Pós-Graduação em Agronomia

    Doutorando em Agronomia - Universidade de Brasília/DF

    Mestre em Agronomia - Universidade de Brasília/DF

    Graduação em Engenharia Agronômica. Universidade do Estado da Bahia - UNEB/BA.

  • Heliab Bonfim Nunes, Universidade de Brasília/UNB

    Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária

    Programa de Pós-Graduação em Agronomia

    Doutorando em Agronomia - Universidade de Brasília/DF

    Mestrado em Microbiologia Agrícola. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, UFRB/BA. 

    Graduação em Engenharia Agronômica. Universidade do Estado da Bahia - UNEB/BA.

  • João Luiz Coimbra, Universidade do Estado da Bahia/UNEB

    Professor Titular da Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Ciências Humanas - CAMPUS IX. Barreiras/BA.

    Mestrado (1998) e doutorado em Fitopatologia pela Universidade Federal de Lavras (2003).

    Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (1994).

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Publicado

2019-04-24

Como Citar

CONTROLE BIOLÓGICO DE Meloidogyne incognita POR ISOLADOS DE ACTINOMICETOS. (2019). Colloquium Agrariae. ISSN: 1809-8215, 15(2), 29-36. https://journal.unoeste.br/index.php/ca/article/view/2566